sábado, outubro 21, 2006

Ruídos nos pensamentos

Nas brumas dos pensamentos
O crepúsculo da ansiedade rememora homenagens aos dias estranhos
Quando entender algo era ficar sem respostas
E amaldiçoar as lágrimas da dor era o sinal da cura da alma

Épocas saudosas, em que escutar o silêncio
Significava visualizar as formas da felicidade
As ilusões dominavam olhos ainda inocentes
E cego não se ficava já que para sobreviver, não era preciso matar a essência que o faz se sentir vivo a cada momento da vida

Certa época, remota até para os anos que demarcam o período dos tempos
Existiu um homem que tentou fazer um acordo consigo mesmo
“Quero viver em paz sem precisar sentir nada. Um ninguém entre muitos, sem sofrimento e convicto de que na sua miséria insensível, é um ser satisfeito com a pobreza de espírito que carregará até à finitude”
Não obstante, na ilusão de se esconder dos medos, a alma é o carrasco e o faz voltar à realidade
Pois o homem foi enganado por si próprio e percebeu que por mais que sofresse, jamais ficaria absolvido dos sentimentos
“...e arrastando-se para o incerto, acompanhado apenas pelas suas lágrimas em um dia cinza, olhou para trás e certificou-se de que não tinha como procurar a felicidade...”