sexta-feira, janeiro 23, 2015

Das reticências do passado

A esperança morta nasce apenas para trilhar o silêncio e regressar à finitude
Como posso estar preso se não há paredes me perseguindo?
Entre ruínas jamais vistas, organizo minhas derrotas ainda não conquistadas

quarta-feira, janeiro 14, 2015

Entre o retorno e a dúvida

Nas cinzas preteridas, palavras forjadas no limiar da honra remetem ao som tonitruante do silêncio
Quando os vis vociferarem que o hoje não tem a importância do ontem nunca presenciado
O amanhã é o futuro envelhecido fundido na bruma da desesperança

Os injustiçados se reerguerão entre os escombros íntegros, pelas mãos dos ímpios esperançosos
E cada caminho destinará à noite bruxuleante da culpa reconhecida

sábado, janeiro 28, 2012

O silêncio das sombras espalhado pelos caminhos obtusos

O barulho do silêncio
O caminho surdo
Incita o amálgama da solidão
O turbilhão da tempestade solitária

Entre o mosaico do passado
E as faces do futuro
O presente ergue o muro
Escudos amorfos frente à trilha do descaso autômato?

Nada mais do que o vazio
O máximo da tristeza é expresso nas lembranças mais ínfimas
A realidade é o esboço da verdade apresentado para poucos
A honestidade dos sentimentos vívidos são laivos de privilégios para alguns predestinados

Espaços vazios constantes, preenchidos pelo nada absoluto da desilusão
O que são certeza e dúvida quando o âmago é sorver a incredulidade morta pelos jogos das sombras?
O quanto é possível ficar distante de si próprio até não conseguir preterir mais os escombros andarilhos da alma?

E na escuridão do dia mais claro
O espírito desiludido sentencia ao mesmo tempo todos os sentimentos culpados e inocentes

quarta-feira, novembro 02, 2011

Cerimônia?

Entre milhares de olhares o cego enxerga o invisível, a forma da decepção
“Deixe-me sozinho”, brada o desiludido
Na verdade, ele teme segundos de companhia e séculos na escuridão
E cansado das promessas não entende como o simples é inalcançável

Torrentes de sombras acossam o que era tão vívido
Caminhar sem direção, tropeçar em degraus ilhados por anos do Nada Absoluto
Herege, culpado por acreditar na verdade absoluta sempre enganada e preterida

Mãos enxugam olhos cansados e úmidos que apenas querem ficar sozinhos?

quinta-feira, setembro 16, 2010

A Volta

Enquanto as horas arrastam a noite para a luz
E os olhos ardem com o ruído uníssono das sombras
Tolos e esperançosos se equilibram no terror da crença

O invisível é enxergado em cada esquina da mente e a existência do apócrifo é a realidade das respostas sem perguntas

A penumbra se move entre morte e esperança de palavras como erros proferidos para assumirem o posto da verdade
A certeza nada mais é do que um jogo do quotidiano sem rumo
A sinceridade é o andarilho calado dos dias infindáveis e soçobrados pelo vazio

"E ao avistar a cerimônia dos póstumos honrados, tentei criar um mosaico de justiças diferentes para encontrar a integridade única."

domingo, abril 11, 2010

Amanhã é o passado do quando

E quando o insensato é a realidade
E a única verdade é a desilusão do óbvio
A incerteza mostra que a resposta está em cada sombra das palavras
Entre olhar para trás e seguir em frente
Esconder-se sozinho entre o perdido e o impossível
Mostra como os erros sempre são os arautos da integridade ignorada

Quanto mais o nada não é ouvido
E o vazio preenche os espaços que jamais deveriam perdurar
Não existe motivo quando a razão é a sentença definitiva
E entre escritos em brasas, as cinzas são tudo o que deveria ficar registrado nos olhos

domingo, março 21, 2010

Documento 2

Dentro das horas intumescidas pelo negrume da existência intrínseca às sentenças das palavras que executo, sou ao mesmo tempo carrasco e juiz de fardos desconhecidos, vistos como a gênese pérfida da prisão que carrego nas sombras da claridade