sábado, dezembro 15, 2007

O ínterim eterno

O quanto é tarde para aquele que nunca chegou a tempo para salvar e proteger o que jamais teve?
E quis eternizar algo que nunca teve uma direção
Mas que para ele fazia tanto sentido
Que o ‘agora’ e o ‘depois’ se misturavam em um lugar perdido e soturno
Em que ele esquecia o quão alto podia chegar
Porque estava mais do que abaixo das sombras
Procurando cinzas de um fogo morto que ele insistia em manter vivo?

domingo, dezembro 02, 2007

Sombras?

E agora com tudo quase no fim
Perdi o que talvez tivesse conseguido
E o imponderável é a chave para deixar tudo para trás
Batalhões de estranhos perambulam pelos escombros
Ruínas do que eu sonhei ter construído

Eu tenho observado constantemente
E bebido muito da minha fraqueza
Novamente, matar-se para viver
É a justiça irônica do cotidiano

Como tornar-se cego quando nunca enxergou?
O que fazer quando jamais teve a oportunidade de abrir os olhos?
A certeza absoluta é o início da dúvida eterna
Quando aconteceu o início da jornada?
Como seguir em frente quando não se sabe o quanto foi perdido?
Não há como voltar no labirinto dos erros

O tempo transcorre e tudo está parado
Apenas os olhos se mexem no vazio
O nada subjugado pelo céu cor de chumbo