sábado, outubro 21, 2006

Ruídos nos pensamentos

Nas brumas dos pensamentos
O crepúsculo da ansiedade rememora homenagens aos dias estranhos
Quando entender algo era ficar sem respostas
E amaldiçoar as lágrimas da dor era o sinal da cura da alma

Épocas saudosas, em que escutar o silêncio
Significava visualizar as formas da felicidade
As ilusões dominavam olhos ainda inocentes
E cego não se ficava já que para sobreviver, não era preciso matar a essência que o faz se sentir vivo a cada momento da vida

Certa época, remota até para os anos que demarcam o período dos tempos
Existiu um homem que tentou fazer um acordo consigo mesmo
“Quero viver em paz sem precisar sentir nada. Um ninguém entre muitos, sem sofrimento e convicto de que na sua miséria insensível, é um ser satisfeito com a pobreza de espírito que carregará até à finitude”
Não obstante, na ilusão de se esconder dos medos, a alma é o carrasco e o faz voltar à realidade
Pois o homem foi enganado por si próprio e percebeu que por mais que sofresse, jamais ficaria absolvido dos sentimentos
“...e arrastando-se para o incerto, acompanhado apenas pelas suas lágrimas em um dia cinza, olhou para trás e certificou-se de que não tinha como procurar a felicidade...”

terça-feira, outubro 17, 2006

Letargia - Ato V

Eu consigo olhar a escuridão iluminar a dúvida
Enquanto o isolamento ergue-se nas entranhas do céu
Eu deveria estar satisfeito com o contexto inquieto
Ao tropeçar nas palavras contundentes
Não escrevo pretextos ilusórios errôneos

segunda-feira, outubro 16, 2006

Letargia - Ato IV

Aprenda a atirar com palavras
Não explore o cinismo, não o use como a lei do cotidiano
Punido será com o exílio da solidão entre a multidão
Fique alerta, sinta o vento do egoísmo

domingo, outubro 15, 2006

Letargia - Ato III

Aprenda aquilo que ninguém pode saber
Olhei o passado, avistei minha imagem dizendo
“Irmão, lembre-se de tudo o que repudia. E não se esqueça de mim, porque a mentira é uma felicidade que torna a nossa vida um jogo tortuoso.”

sábado, outubro 14, 2006

Letargia - Ato II

Não há direção para casa até que o caminho da vida esteja trilhado
Nas sombras arquejantes tortuosas enxerguei o que não existe
E tracei histórias riscadas da memória dos tempos

sexta-feira, outubro 13, 2006

Letargia - Ato I

Feche os olhos, escute a névoa
Abrace o vulto, crie mapas nas sombras
Distante, longe de qualquer lugar
Fique perto de si mesmo