Mordaças da realidade

Em passos errantes
Busca o saber, a razão do inexplicável
Enganado pela mentira
O coração nega o que enxerga

Sentimento único
Certeza resoluta
Relegada ao nada
Esquecida na dor solitária
Nômade das sombras ingratas

Deixar ir embora
O que nunca se teve
Solidão
Desolação
Frustração
Tristeza

O sofrimento
Traz à tona a esperança inexistente da felicidade
Passos exaustos no olhar distante que avista o impossível
Lágrimas evidenciam que há muito tempo o sorriso não é pleno

A pior das dores
É a saudade daquilo que nunca aconteceu

Trivial

Sons circundam a escuridão
Sombras ermas e perenes envolvem
O adeus soturno
Noites eternas fincam a dúvida incerta

Bardos da tristeza
Carregam a expiação em ombros cansados
Itinerantes da dor
A opressora realidade os faz sobreviver

Homem simples, ações íntegras
Chamuscadas pelo fogo sujo, sangue negro
Histórias injustas sintetizadas nos olhos do tempo
Exauridas pelas almas sofredoras e inocentes

O conto dos derrotados
O clamor da honra
Não deixa a verdade dos justos sumirem nos ventos da discórdia
E continuam a sobreviver nas vozes dos fustigados heróicos