sexta-feira, abril 28, 2006

Névoa

Neblina espessa, densa
Nela enxergo o impossível
E a verdade se torna uma rachadura na esperança
Visão turva eternamente
Nos dias cinzentos, onde as sombras aparecem em profusão
Imaginei histórias redentoras

Das lágrimas da tristeza
Construí o escudo da proteção
Fiquei isolado com a minha melancolia
Nos labirintos da triste realidade
Tentei encontrar o que resta de mim

Inebriado pela melancolia da solidão
Percebi que sou o soldado dos erros
Sou meu próprio algoz nas palavras da vida e mesmo quando não quero
Machuco a mim mesmo com tiros sombrios em dias claros
Trilha chuvosa, gélida, erma, se alonga diante dos olhos

quarta-feira, abril 19, 2006

O que é a lisergia senão nada mais do que entender tudo quando você apenas quer ser o errante esquecido nas linhas apagadas da salvação

Terras ermas e longínquas onde a noite é clarividente como as dúvidas das lembranças, que não enxergam se o devaneio fomentado pela apreensão é a realidade esquecida ou se a lembrança apagada é a ilusão passando-se pela verdade. Equilibrando-se no nada, perdeu a direção quando encontrou apoio. Sim, avistou a Vida e com as respostas nas mãos, desenhou escritos caídos na desesperança e palavras entendidas somente quando não reconhece a si próprio.

domingo, abril 16, 2006

De volta ao indefinido

As armas são as minhas mãos e as vítimas, minha esperança e sentimentos. As luzes estão cegas e a escuridão enxerga apenas o que não honra aos olhos. Quando aquilo que não é importante hoje se torna vital amanhã, fica claro que a essência ainda é uma gênese amorfa na conduta da vida. Poucas idéias, parcas palavras expressam a escuridão confrontada em cada momento de solidão perene do quotidiano.

terça-feira, abril 04, 2006

Distâncias entre si próprio

Um estranho ponto em que não há volta. Um lugar onde aquilo que é esquecido não faz falta mesmo quando é lembrado novamente. Homem simples com nome simples, mas que não consegue enxergar o mais trivial. Alma deixada na terra encharcada pelo sangue dos explorados que continuam a caminhar sem conseguir observar a luz advinda do céu.
No trajeto onde regressar é impossível e seguir em frente é o mais perigoso, trilhar seu caminho interior é encontrar o limiar da dúvida, permeado pelo uníssono rude do silêncio que evidencia o esquecimento das próprias certezas.
Os olhos não sentem as lágrimas evaporadas nas chamas do desespero.