domingo, junho 28, 2009

Do ausente

No começo em que o fim está próximo
A névoa de alguém desaparece entre a inexistência do próximo e o limiar da solidão
“E os andarilhos de páginas riscadas passaram a carregar fogo nas mãos”, pensei
Quanto mais os tempos mudam
Mais o sangue risca o chão

Sinto o fogo em minhas mãos, mas elas estão gélidas
Vejo ninguém perambulando na rua sem saída
Encontro o caminho da volta sem existir a ida
Esquecer o que ainda não foi lembrado
Erguer o bardo sem palavras
Tentar clarear a noite
Ausentar-se sem estar presente

A diferença entre o amigo e inimigo é a certeza de que os sentimentos do inimigo são verdadeiramente sinceros