sábado, maio 31, 2008

Espaços vazios

Estou preso e os grilhões estão em cada palavra
As respostas são armadilhas
E as perguntas, traidoras da honra longínqua
É como nadar em uma fogueira
E as brasas me puxam para o fundo

Na privação absoluta das sombras
É possível encontrar a fuga da tempestade
No delírio febril da esperança
O que realmente importa?
Quando aquilo que é dito engana os olhos cansados pela indiferença

O futuro mostra um andarilho na encruzilhada
Ele busca a verdade dentro de espaços vazios
E escreve no nada livros sufragados pela solidão
Ah sim, o sufrágio do indescritível eterno
Estou enxergando a mim no abstrato incomum?
Ou é apenas mais um beco obscuro entre inúmeros da vida?

As horas desaparecem
Os minutos retrocedem
E os segundos são blocos mentirosos, um fardo que vigio
Lógico, todos te amam
Mas na terra dos sentimentos cáusticos e irônicos
O amor é o punhal na mão de um cego