Entre o antes e o depois no passado vindouro
Relembrando o futuro
Tentando imaginar o passado
Buscando a tempestade na paz de erros imperdoáveis
Junto da multidão, não se sentindo sozinho exceto pela solidão da alma
As mãos enxergam histórias de perdedores
Os olhos escrevem a trilha de injustiçados
O pensamento narra um conto de vencedores inexistente e que no desfecho aponta para o início
Rápido em erguer a verdade em muros
Cada tristeza é a proteção indefesa
Não há culpado
Quando o inocente indica o caminho da luz e sozinho escreve as sombras
Em uma longínqua trilha erma alguém morreria por você
Mas si próprio arriscaria a vida por sua alma?
Quando a escuridão e a luz desaparecem
É possível ficar mais órfão de mentiras?
Um cego escuta o silêncio
E se afoga escrevendo palavras no ar bruxuleante de um paraíso descrente
O ourives da verdade escreve fantasmas febris em inexistências sem rumo, mas que no fim chegarão ao ponto de partida
Elegendo o início pelo desfecho
E sentenciando o fim pelo começo
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