sábado, junho 11, 2005

A desilusão real e concreta

Gélido
Apesar de sentir o sol mais abrasivo
Sozinho
Mesmo com milhares de pessoas envoltas
Tentou fugir dos olhos tristes que o observavam
Mas se enganou
Os olhares eram para o nada que absorvia a mente de todos

Podia chorar?
Sentir medo?
Ficar fraco?
Claro que sim
Alguém o escutaria?
Se importaria?
Acho que não

A morfologia da dor
Está em todos
Basta que a descubramos
E fazer isso é a pior das nossas ações

Não preciso me erguer
Aquilo que sinto e vejo
Está em todo lugar
Sei como mudar isso
Mas não tenho como fazer

A vida é podre
Não queria enxergar o que já constatei
Sorrisos são meras ilusões
Poucos tem isso
Sonhe com a mão da ajuda
E acorde com o braço sufocando-o

Contaram a história ilusória
E esqueceram de mencionar
O epílogo do inferno