quarta-feira, junho 01, 2005

Divagações... sinceras

A noção do tempo
Perde-se na alma taciturna
Que caminha solenemente
E enverga com altivez a tristeza fulgurante
O suspiro amorfo
O olhar morto
Soçobram relutantemente
No afã de velar a solidão constante
O quão é iminente
A realidade que acossa o âmago
Do homem tolo
Que caminha na densa bruma da dor?
Fantasmas perenes que carregará
Até à finitude da chama existencial
Tornarão clarividentes
Suas expiações

A paz nunca esteve tão próxima
Mas o algoz que criou a si
O incita a impelir a gênese
Das vicissitudes idiossincráticas da melancolia
Sua sinceridade galvaniza desejos prosaicamente belos
Mas neles ensejam-se todos os opróbrios
Que embora fugazes
Transmutam-se para o indelével
Assaz ignominioso
Avistara o futuro no horizonte
O solstício da amargura
Evidenciava-se atemporal
Mediante a resistência inútil que se infligia
Na vã esperança
De que a felicidade era uma dádiva inata
Com a qual teria sido abençoado