quinta-feira, junho 16, 2005

Cemitério dos sonhos

Cores vivas morrem
Quando me aproximo
A felicidade me paralisa
A tristeza me deixa ativo

A profusão da minha melancolia
envolve minhas ações
Subverto a ordem
Destruo tudo o que sonho

As sombras avançam
Tomam os cantos mais longínquos do meu coração
E minha mente cansada
Apenas olha consternada
Para o esboço de vida
Que eu sigo

Tenho armas nas mãos
Elas não machucam ninguém
Somente a mim

Único na solidão
Nada é o que parece
Aliás, a exasperação tem forma de algo?

Arredio em tentar acertar
Sei apenas o caminho do erro
E como seguir soturnamente
Encontrando em cada suspiro ou pensamento da vida
A existência fria e solitária

Não preciso de nada
Chego à melancolia
Com a impossibilidade dos meus sonhos
Que agem sobre a minha alma

E quando olho o meu reflexo
Digo a mim mesmo em um diálogo surrealista coerente:
“- É meu irmão, como as coisas chegaram a esse ponto?
Tudo era para ser tão diferente, mas tão diferente...”

A felicidade é inalcançável
Tão distante quanto às certezas que procuro incessantemente
Se ao menos eu conseguisse seguir a trilha
Do sentimento inanimado
E sair do labirinto lúgubre
Que se tornou minha alma
Na solidão