domingo, agosto 26, 2007

O devaneio arauto

Em um sonho vi o espírito andarilho
Traçando caminhos pela trilha destruída
Céu sob o manto do sangue injustiçado
Quando não tinha mais o legado da esperança
O itinerante das palavras virou-se e disse: “Nunca pare irmão; as cicatrizes são necessárias para encontrar a honra.”

Nos passos cambaleantes encontrei a salvação
Entre o silêncio, vozes sussurravam o nada
Que valiam por tudo o que já foi profundo
“Erga-se e deixa a fronte sempre atenta às armadilhas da confiança.”

Filhos da traição
Perfilados entre os anos vividos
Trazidos pelo espírito andarilho
A injustiça nada mais é que a negação de tudo o que se acredita
Que nunca deixa esquecer
“O quão profundo você desceu? Ainda consegue olhar tudo como antes?”

A solidão é tão certa
Que eu posso traçar mapas e rotas jamais pensados
Que no fim o tempo de viver e morrer
Será presenciado apenas por mim e os meus medos