sábado, setembro 22, 2007

Pensamento sucessivo de um dia

Da dor que os meus olhos não conseguem escapar
Da chama que aumenta ainda mais as sombras
Da vida que a cada momento precisa ser mais fraca para sobreviver
Honre o adeus que jamais será proferido de tudo o que sente e nunca vivenciou
Um tolo que possui a esperança na alma
E é acordado por lágrimas
Que apenas queimam o rosto
Honre o adeus que jamais será proferido de tudo o que sente e nunca vivenciou
A misericórdia acolhe aqueles que merecem
Surpreso com o que nunca desejou e agora faz parte de si
O labirinto da vida utiliza o ardil da sabedoria
A lição nunca bradada é aquela mais aprendida por quem ficará na companhia do nada eternamente: é confrontar-se com todos os sentimentos que carregam e nunca serão retribuídos
Honre o adeus que jamais será proferido de tudo o que sente e nunca vivenciou
Os olhos que enxergam a realidade repetidamente e sempre desabam toda vez que a encara é o retrato do cabisbaixo na penumbra
Do céu o carrasco inocente retumba lamúrias dissonantes
“O caminho que você tomou é flamejante irmão”
“Fulgurante como a dor que os seus olhos não conseguem esconder”
“Vivo como os sentimentos que gostaria de bradar todo dia sem causar cortes profundos dentro de você”
“Feridas esmagadas por alguém cansado”
“Ferimentos que não param de sangrar, espelhados em lágrimas ininterruptas”
“Irmão, há quanto tempo seus olhos estão descrentes?”
“Você consegue encarar-se e constatar o quão perdido está e como a solidão é vívida nos medos que tenta ocultar com a raiva já transmutada em melancolia?”
“Coragem àquele que apenas gostaria de não sentir mais nada”
Honre o adeus que jamais será proferido de tudo o que sente e nunca vivenciou