quarta-feira, junho 29, 2005

Opressão introspectiva

Estava com o papel e o lápis na mão. Tanto para escrever, muito para contar... Não sabia por onde começar, mas tinha a certeza imbuída no espírito aonde queria que tudo terminasse. Mãos trêmulas, olhos tensos nas linhas em branco. O nada naquela folha clareou taciturnamente sua visão. O que aconteceria depois de escrever as tolas linhas que desejava? A realidade é o contraponto da vida que ignoramos e insistimos em preterir. No seu caso, a mente era o agente regulador dos seus sentimentos e como uma sentinela incansável, estava lá para repetir e outorgá-lo a todo o momento em que insistia na busca pela felicidade ilusória. Não há esperança. Com ódio de si próprio, suspirou de forma lacônica. Acabrunhado, amassou a folha e de forma melancólica, jogou-a no chão. Cabisbaixo, voltou a caminhar para o incerto.