sexta-feira, julho 29, 2005

Trilha

Caminhar quando não se enxerga
Acima, o ar pesado da tormenta envolve o céu ocupado
Pela fúria de sons tonitruantes
O vento assalta a trilha e dificulta passos acossados pela dúvida

À frente, observa uma fogueira flamejante
Viva como os seus sonhos
Ou será fulgurante como a sua covardia?
Quantas vezes a trilha não amealha o medo dos homens e os cristaliza nas metáforas do cotidiano?

Arquejou ao pensar nas sombras que percorreu até ali
Deixou a si próprio para trás, muito mais do que desejava
Réu bastardo na trilha, inocente e culpado ao mesmo tempo
Arauto da incerteza; mensageiro do nada

Andarilho solitário