terça-feira, outubro 18, 2005

Ordem

Nas sombras da alma
Com medo de mim mesmo
Aspirei o ar sufocante da realidade
E orgulhoso da minha ruína
Sorri melancolicamente para o impossível

Escutei dias gloriosos
Observei passos firmes em direção à certeza
Notei cicatrizes em meus olhos
Imaginei minha vida como palavras escritas
Em um livro cujas páginas estão sempre em branco

A severidade do isolamento é a fiel aliada
Contra a flamejante necessidade de viver
Como um guardião errante do passado
Percebi o quão longe estou de tudo
E vi que não conseguia enxergar a minha verdade

Com a fronte preocupada
Erguida nos escombros da luz
Mirei contra minha esperança
Mas deixei que eu fosse embora
‘O caminho é a luz’, pensei
E perdi tudo o que não tinha