quinta-feira, dezembro 08, 2005

Abaixo da paz, descendo e descendo

Com as mãos atadas
Cansado e amparado no horizonte turvo
Vi o caminho cerceado por fendas obscuras
Pelotões da esperança marchando desordenadamente

Meus olhos arderam na estrada flamejante da verdade
Ergui a minha face e tentei render homenagens à minha honra
Mas eu sangrava por dentro
E não conseguia estancar a dor

Os pensamentos são a minha arma
Utilizo as aflições como escudo
Exausto, não entendi o óbvio
Nas cinzas da minha tristeza, queimava a centelha da integridade

Das minhas idéias tracei injustiças condenadas aos grilhões do tempo
Escrevi palavras cegas
Febril, imaginei devaneios heróicos
E acordei em meio à tempestade

Na escuridão enxerguei a mim mesmo
Dos erros proferidos alcei minha realidade
Plena, única, embevecida na solidão
A felicidade é um muro construído com frustrações e tristezas