domingo, outubro 14, 2007

Minutos de mais uma noite

Passos exasperados
Arrastados e presos por grilhões da melancolia
Memórias corrompidas pela verdade da vida
E acima o céu vivo é onipresente
E abaixo o cabelo é molhado pela chuva
Impossível diferenciar no rosto cansado os pingos das lágrimas

Não há lugar para equilibrar-se
Tudo fica escuro
E erguer os olhos é a sentença mais cruel

Adeus o que eu nunca senti
Bem-vindo tudo o que eu conheço
Os sinos do fardo a ser carregado retumbam
E por mais que eu não deseje
Preteri-los é a negação da minha alma

Um lugar para repousar
Onde heróis esquecidos caminham com honra
E você pode relaxar
Nenhum sentimento o machucará
Os cortes profundos serão memórias quase perdidas
E você não morrerá mais
Para ressuscitar e matar-se todo dia
Apenas para sobreviver

E no canto do medo
Onde sempre se remete todas as noites
Para chorar os minutos de cada dia
Haverá apenas o silêncio ensurdecedor de tempos longínquos e atuais
No paradoxo da solidão