sexta-feira, janeiro 25, 2008

A rota de fuga (memória do esquecimento)

Nas manhãs contínuas em que a aurora se esconde nas sombras cegas
Traço mapas descrentes que jamais me conduzirão aos lugares que almejo
Os dias enigmáticos são os juízes das lágrimas tenazes
Na esquina da mente o ontem e o amanhã carregam o fogo flamejante do medo
E hoje enxergo somente as cinzas das minhas cicatrizes

Dos cortes da minha integridade
Sentenças febris delimitam as linhas indecisas da certeza
Mais uma alvorada guiada pela gênese da penumbra
A alma que fulgura no frio solitário ainda acredita em uma honra laica, obscurecida pela névoa da dúvida

Estou a salvo dos acertos erguidos pela minha sinceridade
E sou o culpado mais inocente dos meus erros
Como é sentir-se sozinho?
Quando apenas você atira contra a tempestade?